Síndrome do ovário policístico

A Síndrome dos ovários policísticos (SOP) é uma doença crônica, caracte-rizada por um distúrbio endócrino que causa desequilíbrios hormonais e repercussões metabólicas importantes. Muito comum, afetando 7% das mulheres em idade reprodutiva, estima-se que hoje existam em todo o mundo 105 milhões de mulheres portadora da Síndrome do ovário poli-cístico. Sua causa ainda não foi estabelecida, sendo de origem multifatorial. Porém a manifestação dos sintomas estão associados a fatores genéticos e epigenéticos.

Os sintomas e sinais da SOP são amplos, porém em 2003 os critérios de Rotterdan, nos auxiliou a excluir outras doenças e confirmar o diagnóstico, dentre eles estão:

– Alterações menstruais, que podem ser um ciclo intenso ou a ausência, assim como ciclos mais espaçados;

– Hirsutismo, que é o aumento de pelos no rosto, seios e abdômen, isso se deve ao aumento de hormônios masculino em excesso como a testosterona.

– Tendência a obesidade, sendo que o ganho de peso piora, e a dificuldade para o emagrecimento e manutenção do peso é mais difícil

– Acne

– Infertilidade

– Em caso mais graves as pacientes podem desenvolver doenças cardiovasculares, diabetes e câncer do endométrio.

Estima-se que 49% das mulheres portadoras da SOP, são obesas ou estão acima do peso, o que leva a piora, exacerbando os distúrbios metabólicos e reprodutivos, como a resistência à insulina, dislipidemia e infertilidade. A resistência à insulina e a hiperinsulinêmia levam a dificuldade na perda de peso, aumento da obesidade central e aumento na produção de androgênos pelos ovários, causando uma inflamação crônica.

A nutrição tem desenvolvido papel chave na prevenção, controle da SOP e melhora dos sintomas, as modificações de estilo de vida, que vão desde os hábitos alimentares, atividade física, manejo do estresse, sono de qualidade, tem demonstrado desfechos benéficos em pacientes com SOP.

A perda de peso, associada à hábitos saudáveis, melhorando a composição corporal, são indicados para todas as pacientes com sobrepeso, assim como estudos identificaram que o padrão de dieta do Mediterrânea está associado a um bom prognóstico, com redução da inflamação, intolerância a glicose, redução do risco de DM -2 e consequentemente da síndrome metabólica, essa intervenção fora realizada por 12 semanas em 100 pacientes com sobrepeso e obesidade, e resultou em perda de 7% do peso corporal, regularizou o ciclo menstrual, composição corporal, melhoras significativas na glicemia e dislipidemia. Além disso as pacientes foram orientadas a incluir diariamente na dieta: cereais integrais, fontes de gorduras insaturadas e alimentos que possuem propriedade na anti-inflamatória, como: canela, cravo, cúrcuma, gengibre, pimenta, chá verde e outras especiarias.

Os estudos ainda são inconclusivos, sobre o melhor padrão alimentar, outros trabalhos apontam que uma dieta hipocalórica também tem trazido resultados promissores. Mas a melhor estratégia para o sucesso no tratamento da Síndrome dos ovários policísticos, são constituídos por um diagnóstico prévio e uma intervenção individualizada com a equipe multidisciplinar que vise a longo prazo trazer mudanças de hábitos e que levem em consideração história, rotina e o momento na qual a paciente se encontra.

Autor: Elayne Moraes

Especialidade: Nutrição Clínica e Hospitalar

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