Uma nova pesquisa oferece mais uma razão para comer frutas e vegetais: segundo os cientistas, uma dieta rica em antioxidantes de vegetais, frutas e grãos pode reduzir o risco de derrame entre as mulheres. De acordo com pesquisadores do Instituto Karolinska, na Suécia, o efeito é positivo mesmo que a pessoa já apresente um histórico de doença cardíaca ou AVC.
Os pesquisadores analisaram a saúde de 36.715 mulheres, com idades entre 49 a 83 anos, por cerca de uma década. No início do estudo, 31.035 das participantes não tinham doenças cardíacas, enquanto 5.680 tinham um histórico de doença cardíaca.
As participantes preencheram questionários, e os pesquisadores usaram os dados dietéticos e um banco de dados padrão para determinar a ingestão total de antioxidantes das participantes. Ao final de um período aproximado de 10 anos, houve 1.322 casos de acidentes vasculares cerebrais entre as mulheres sem histórico de doença cardíaca ou derrame. Entre as mulheres com doença cardíaca ou acidente vascular cerebral anterior, houve 1.007 casos de AVC ao fim do período.
Os pesquisadores descobriram que entre as mulheres sem história de doença cardiovascular, as que ingeriram maior quantidade de antioxidantes em suas dietas (vindos principalmente de frutas e vegetais) tiveram um risco 17% menor de derrame. Observou-se também que entre as mulheres que tinham uma história de doença cardiovascular, aquelas cuja dieta incluía um alto nível de antioxidantes tiveram 46% a 57% menos risco de derrame hemorrágico.
Os cientistas defendem que antioxidantes como as vitaminas C e E, carotenoides e flavonoides podem combater os efeitos dos radicais livres, que são moléculas que podem causar danos aos tecidos. Portanto, os antioxidantes podem ajudar a reduzir pressão arterial, coagulação do sangue e inflamação no corpo.
Os pesquisadores observaram que outros fatores da saúde podem ter desempenhado um papel importante na diminuição das taxas de derrame entre as participantes.
“Mulheres com alta ingestão de antioxidantes podem ser mais conscientes de sua saúde, e ter o tipo de comportamento saudável que pode ter influenciado os resultados”, disseram os cientistas.
No entanto, a descoberta de que mulheres com quantidades elevadas de antioxidantes tinham menor risco de derrame se manteve mesmo depois dos pesquisadores ajustarem os resultados para comportamentos relacionados à saúde como atividade física, tabagismo e educação. Mais estudos são necessários antes que os efeitos desse tipo de dieta no risco de AVC possam ser quantificados.