A Alimentação e Câncer de Mama

Este tipo de câncer é o mais frequente em mulheres de todo o mundo e, no Brasil, estima-se que surgiram 59.700 casos para cada ano de 2018 e 2019.

A etiologia do câncer de mama é multifatorial, levando em consideração a idade da primeira menstruação (menor que 12 anos); menopausa após os 55 anos; mulheres que nunca engravidaram ou nunca tiveram filhos; primeira gravidez após os 30 anos; uso de alguns anticoncepcionais e terapia de reposição hormonal na menopausa; exposição à radiação ionizante; consumo de bebidas alcoólicas; dietas hipercalóricas; sedentarismo e predisposição genética.

Mesmo considerando a importância da genética no surgimento do câncer de mama, fatores relativos ao estilo de vida também são relevantes.

Alguns alimentos que podem influenciar

Carnes

Consumo de carnes vermelhas, devido o teor alto de gordura e a forma de preparo.

Leite e derivados

Produtos lácteos são investigados por conter em sua composição gordura saturada e a possível presença de pesticidas, considerados fatores de risco para o câncer de mama e, ao mesmo tempo, vitamina D e cálcio, que estão relacionados como fatores de proteção.

Relação entre consumo energético e nutrientes com o câncer de mama

Consumo Energético

O consumo energético elevado associado à inatividade física pode levar a um balanço energético positivo e consequente aumento do peso corporal, que se traduz em elevado Índice de Massa Corporal (IMC), o que tem sido associado ao maior risco de câncer de mama.

Carboidratos

O consumo elevado de carboidratos foi considerado fator de risco.

Gorduras

A gordura dietética pode influenciar o processo de carcinogênese em várias etapas, como iniciação, promoção, crescimento e metástase.

Vitaminas e minerais

O efeito protetor do consumo de vitaminas C e E, e dos carotenoides contra câncer de mama pode estar baseados entre suas propriedades antioxidantes que protegem duas células contra espécies reativas de oxigênios, o que levaria a redução de danos no DNA.

Vitamina D e Cálcio

O cálcio participa da regulação da proliferação e diferenciação celular. Assim, o efeito protetor do cálcio no câncer de mama pode estar associado a sua relação com a vitamina D.

A forma ativa da vitamina D é formada no intestino ou através da pele quando exposta à luz ultravioleta (UV). Portanto, investigar a relação do câncer de mama com a vitamina D é tarefa complexa, pois se deve também obter informações sobre exposições ao sol.

Fibras
O consumo de fibras pode estar associado à redução de estrógeno circulante no plasma, mas ainda é necessário investigar essa relação, que é complexa e pode depender do tipo de fibra. A redução ocorreria pela inibição da reabsorção de estrógeno no cólon, o que levaria a maior excreção do hormônio

Flavonóides

Flavonóides são um grupo de compostos polifenólicos, presentes em vegetais e frutas, que possuem ação antioxidante, antimitogênica e antiproliferativa, além de inibirem a atividade da aromatase e, portanto, a biossíntese e os níveis de estrógeno circulantes

—» Nenhum alimento isolado possui efeito protetor, porém há relação entre o desenvolvimento da doença e a inadequação alimentar. Avaliando a transição nutricional que o Brasil enfrenta, passando a consumir muitos produtos alimentícios e tendo uma baixa ingestão de frutas, verduras, hortaliças e grãos integrais, bem como os altos índices de obesidade na população mundial, observa-se que a alimentação possui um papel importante, não só para saciar a fome, mas para prevenir doenças crônicas não transmissíveis que contribuem para o aparecimento do câncer.

Adriana Silva – Nutricionista

Referência:

CONSUMO ALIMENTAR E CÂNCER DE MAMA: REVISÃO DE ESTUDOS PUBLICADOS ENTRE 2000 E 2008.

OS IMPACTOS DA ALIMENTAÇÃO NA PREVENÇÃO DO CÂNCER DE MAMA: UMA REVISÃO DA LITERATURA.