Transtornos alimentares podem ser fatores desencadeantes ao risco a suicídio

Durante todo o mês de setembro é dedicado a campanha de prevenção ao suicídio. Trata-se de uma campanha, que teve início no Brasil em 2015, e que até os tempos atuais tem como objetivo a conscientização dos sinais e sintomas de pessoas com ideação suicida, com o propósito de evitar o seu acontecimento.

E é nesse mês, no dia 10 se comemora o dia mundial de prevenção do suicídio. Dentre os diversos sinais que podem ser desencadeadores de suicídio, destaco os transtornos alimentares (TA).

Os transtornos alimentares são caracterizados pela alteração negativa na forma em que as pessoas se alimentam, na autopercepção da aparência física/estética de seu próprio corpo, e inclui pensamentos e sentimentos negativos em torno disso.

As pessoas que possuem algum transtorno alimentar, geralmente se preocupam demasiado com dietas, peso e forma corporal, aparência e pode vir a tomar medidas extremas em busca da autossatisfação.

Os transtornos alimentares podem ser um fator desencadeante a risco de ideação e comportamento suicida, devido a predisposição que essas pessoas tem a interromper a própria vida, como forma de fuga dos possíveis problemas, com a intenção de por fim no sofrimento.

Pessoas com esse transtorno, podem também estar ligadas a outros transtornos, tais com ansiedade, transtorno de personalidade e depressão.

São vários os transtornos alimentares, porém, dentre eles os que mais podem apresentar essa predisposição são a anorexia (come muito pouco e passa a ter um baixo peso corporal) e bulimia nervosa (come muito e, em seguida, tenta se livrar da comida com o uso de laxantes ou incitação ao vômito).

Insatisfação Corporal

Pessoas com TA geralmente são muito  autocríticos com a imagem que seus corpos apresentam. É comum que se sintam muito fora do “padrão”, se enxergando gordos, mesmo que estejam muito magros ou desnutridos. Em outros casos, se enxergam demasiadamente magros e sentem que outras pessoas não irão se atrair por ela.

Tudo isso pode afetar nas suas ações, atividades e condutas cotidianas, assim como o seu convívio com as outras pessoas e na boa relação consigo mesma.

Padrões de beleza

É comum que especialmente na mídia e nas redes sociais, haja uma hipervalorização do corpo magro, onde as pessoas divulgam sobre seus corpos com a intenção de atrair olhares de admiração.

São muitos os produtos e práticas (muitos não comprovados cientificamente) que envolvem o desejo por alcançar esse padrão inexistente. No entanto, cada corpo tem suas particularidades e diferenças, então esse padrão será sempre inalcançável.

Essa idéia de padrão corporal, contribui em  danos à saúde e compromete a segurança alimentar, nutricional e psicológica da população.

Ajuda multiprofissional

Toda ajuda para conseguir lidar com os transtornos é válida. Se você identifica alguém próximo a você que está passando por esse transtorno, de forma empática, ofereça ajuda e o encaminhe para um profissional da área. Mas se o caso for com você, busque ajuda também.

Nutricionistas, psicólogos, psiquiatras e o medico clinico geral, podem oferecer tratamento adequado para remissão dos sinais e sintomas. Seja no serviço público ( CAPS, NASF, CRAS, SUS) ou seja no setor privado ( particular ou plano de saúde), existem profissionais aptos para ajudar.

CVV (Centro de Valorização da Vida)

Esse é o centro de apoio emocional e de prevenção do suicídio, que presta serviços voluntários e gratuitos a população.

O CVV juntamente ao Ministério da Saúde possuem termo de cooperação que garante a viabilidade de uma linha telefônica nacional dedicada ao cumprimento da Lei nº 13.819/2019 — o número 188. Ele funciona 24 horas, todos os dias, e a ligação é de graça, podendo ser feita de qualquer lugar do País, de telefone fixo ou celular. Em caso de ideação suicida, não hesite em procurar ajuda.

VOCÊ NÃO ESTÁ SOZINHO. SUA VIDA VALE MUITO!

Psicóloga e hipnoterapeuta Vitória Souza

Especialista em Comportamento alimentar

Intagran @vitoriasouza_psi