Nutrição a favor da vida: Terapia nutricional na AIDS

Por uma decisão da assembléia da Organização Mundial de Saúde, em 1º de dezembro, comemora-se o Dia Mundial de Luta Contra a AIDS. Representado por um laço vermelho, símbolo de solidariedade e de comprometimento contra a doença, este dia foi criado para alertar a população sobre a importância da prevenção desse mal.

A síndrome da imunodeficiência humana, conhecida como AIDS é o estágio mais avançado da enfermidade que ataca o sistema imunológico, sendo a mesma causada pelo vírus do HIV que leva o organismo do indivíduo infectado a ficar mais vulnerável a diversas doenças, desde um simples resfriado até tuberculose e outras mais graves. 

Apesar de ser considerada uma doença extremamente grave, atualmente, a sobrevida dos pacientes portadores de HIV tende a ser cada vez maior, isto devido aos avanços da terapia anti-retroviral. Entretanto, em decorrência das inúmeras alterações no metabolismo e estado nutricional, a qualidade de vida desses pacientes fica comprometida, sendo a desnutrição e consequente deficiência de nutrientes uma das implicações nutricionais mais comuns no indivíduo aidético.

Para minimizar tais efeitos, o nutricionista deve lançar mão da terapia nutricional específica visando, principalmente, evitar a desnutrição e recuperar o estado nutricional adequado, promovendo consequentemente melhor qualidade de vida.

Os cuidados nutricionais são capazes de fortalecer e proteger o sistema imunológico do paciente. Sendo assim, de forma geral, segue abaixo uma lista com exemplos de cuidados importantes, cujo objetivo é o aumento do aporte energético tendo em vista a recuperação do peso do indivíduo infectado:

  • Acréscimo de leite em pó ou fluido, mel, queijos, gelatina, azeite de oliva, açúcar, margarina em preparações como vitaminas, cereais, sobremesas e sopas;
  • Substituição da água pelo leite em preparações líquidas, como sucos de frutas e sopas;
  • Caso a gordura não seja bem tolerada pelo paciente, substituir alimentos ricos em lipídeos pelos compostos principalmente de carboidratos e proteínas, como pudins e suflês feitos com leite desnatado, carnes magras grelhadas ou cozidas, peito de frango, peixes, ovos cozidos e cereais;
  • Caso a aceitabilidade do leite seja baixa, substituí-lo por uma mistura de leite de soja com mel ou açúcar e óleo vegetal e fornecer outras fontes de cálcio, como queijos.

Além dos cuidados supracitados deve-se dar muita atenção às necessidades específicas de cada um, lembrando que essa doença pode levar a diversas disfunções no organismo do paciente, como as gastrointestinais, aumentando sua rejeição ao alimento, causando futuras complicações.

Isadora Martins – Consultora Nutricional do Dietpro