Amor à vida: diga não ao tabagismo durante a gravidez

Sabemos dos inúmeros malefícios do fumo ao ser humano, seja adquirido de modo ativo ou passivo. Dentre eles podemos destacar aumento na incidência de câncer de pulmão e maiores riscos para desenvolvimento de Doenças Crônicas (DC).

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA) as pessoas que fumam possuem chances dez vezes maiores de adoecer com câncer de pulmão, cinco vezes maiores de sofrer infarto, bronquite crônica e enfisema pulmonar e duas vezes maiores de sofrer derrame cerebral.

Devido à existência de grupos populacionais no qual a saúde e/ou a vida têm probabilidades aumentadas de sofrerem danos, como por exemplo as gestantes, torna-se primordial a orientação as mulheres quanto aos malefícios do uso do tabaco, em especial as que se encontram no período gravídico puerperal, uma vez que além de estarem si prejudicando, já comprometem a vida do feto e da futura criança.

Cerca de 80% das mulheres fumantes continuam com tal hábito durante sua gestação e o uso do cigarro nesse período está associado a maior risco de intercorrências maternas, como diminuição da quantidade de leite produzido pelas mulheres que fumam.

Além disso, a presença de abortos espontâneos, nascimentos prematuros, bebês de baixo peso, mortes fetais e de recém-nascidos, complicações com a placenta e episódios de hemorragia (sangramento) ocorrem mais frequentemente quando a grávida é fumante.

Levando em consideração as necessidades específicas e nutricionais do feto/criança, visto que se encontram em período de intenso e acelerado crescimento e desenvolvimento, é importante salientar que o ato de fumar prejudica grande parte desse processo natural, podendo gerar carências nutricionais que tendem a perpetuar ao longo da vida do indivíduo.

Como mencionado, a gestante fumante reduz a produção de leite materno, o que em muitos casos pode terminar em não amentação da criança e/ou desmame precoce. Ressaltando a importância do aleitamento materno exclusivo nos primeiros meses de vida, segue uma lista com os benefícios desse ato de amor:

  • Qualidade: é nutricionalmente superior a qualquer alternativa de alimento;
  • Afeto: estabelece um forte vínculo entre mãe e filho, muito superior ao vínculo durante o fornecimento de mamadeiras;
  • Economia: com aleitamento exclusivo não há necessidade de gastar dinheiro comprando outros alimentos;
  • Segurança: como o leite materno não é manipulado há menos riscos de contaminação alimentar para o bebê;
  • Proteção: o leite materno protege a criança contra doenças infecciosas e diminui o risco de desenvolvimento de alergias;
  • Digestão: são mais facilmente digeridos do que os leites preparados;
  • Desenvolvimento: promove o desenvolvimento mandibular e dos dentes e reduzem os riscos de superalimentação;
  • Proteção para as mães: amamentar diminui os riscos de câncer de mama em mulheres que amamentam por mais tempo; ainda, a mãe que amamenta emagrece mais rápido.
  • Fonte de nutrientes: possuem uma ótima fonte de cálcio, de vitamina B1 e B2, fósforo, magnésio e aminoácidos essenciais.

Diante dos fatores supracitados fica evidente que uma gestante fumante compromete além de sua saúde o desenvolvimento e crescimento fetal e da criança. Sendo assim cabe ao profissional de saúde capacitado orientar as futuras mães quanto ao uso de substâncias nocivas a sua saúde e principalmente do ser gerado.

Baseado nesta importância foi desenvolvido o curso online de Nutrição da Gestação à Lactação que tem como propósito demonstrar quais são as principais fases e modificações fisiológicas que ocorrem no organismo materno durante a gestação, quais são os hormônios envolvidos, as principais complicações clínicas e práticas alimentares das gestantes, além de orientações sobre como prestar um atendimento nutricional individualizado focado nas necessidades nutricionais das futuras mamães.

Isadora Martins – Consultora nutricional do Dietpro