Aleitamento materno: pratique essa ideia

Portrait of baby ( 1-6 months) sucking breast — Image by © Birgid Allig/Corbis

Durante milhões de anos de existência da espécie humana, com exceção dos últimos 100 ou 150 anos, a alimentação ao seio representou a forma natural e praticamente exclusiva de alimentação do ser humano em seus primeiros meses de vida.

A lactação é a fase final do ciclo reprodutivo nos mamíferos e, em quase todas as espécies dessa classe, o leite materno é essencial para a sobrevivência durante o início da vida extrauterina. Entre os humanos, o aleitamento materno não só oferece uma fonte de nutrientes especialmente adaptada às condições digestivas e metabólicas da criança, como também oferece proteção contra patogênicos, favorece o estabelecimento de uma forte relação mãe e filho, reduz a probabilidade do desenvolvimento de alergias, além de reduzir a fertilidade materna.

O que mais se ouve dos profissionais de saúde é que, se as técnicas de amamentação estiverem corretas, diminui-se muito o risco de desmame precoce. Entretanto, há um problema sério de deficiência no ensino das técnicas corretas e na ausência de apoio necessário às mães durante as dificuldades.

Quando se fala em técnicas corretas, está se falando da plena adequação de pormenores como a posição da mãe para amamentar, da posição da criança no colo da mãe, da maneira como a criança abocanha a mama, dos períodos, dos horários e da duração das mamadas, além da maneira como se interrompe a mamada.

O importante em toda a orientação é observar bem atentamente a mãe amamentar. Verificar se ela não está “carregando” o bebê de modo que, após 10 ou 15 minutos, o peso se torna excessivo e a deixa cansada. Se o pescoço não está tenso, se as costas estão bem apoiadas. Às vezes, a mãe fica tão ansiosa ou temerosa com o ato de o bebê mamar, que não percebe que está em uma condição desconfortável. Por isso, o profissional deve, inclusive, orientar o pai ou familiares a fazerem essa observação no dia a dia. O bebê tem que estar apoiado nas pernas da mãe ou em um travesseiro bem colocado no colo da mãe para que os braços dela não fiquem “segurando” todo o peso do bebê.

Às vezes, o tamanho do bebê ou o tamanho da mama podem dificultar o posicionamento teoricamente recomendado. Sendo assim, o profissional deve avaliar a melhor posição para que a mãe fique confortável e o bebê não fique com o pescoço esticado ou dobrado.

É necessário também orientar para que a mãe pegue a mama com a mão em “concha” e não simulando uma “tesoura”, como se fazia antigamente. Para que o bebê pegue corretamente a mama, é importante que ele abra bem a boca e alcance parte ou toda a aréola, ficando o lábio superior virado para cima e o lábio inferior virado para baixo. Amamentar não dói; portanto, se isso estiver acontecendo é porque a pega está errada. A mãe pode sentir “fisgadas” nos mamilos e no útero, devido à ação da ocitocina nesses locais, mas tais sensações não constituem dor.

Durante a mamada, a criança não deve fazer barulho para sugar; o único som que se deve ouvir é o da deglutição. Se, enquanto a criança suga, entra ar pelo canto da boca, pode ocorrer a produção de gases, o que aumenta o risco de cólicas. E se a “pega” estiver errada, pode aumentar a chance de fissuras e rachaduras no mamilo. Esse detalhe é importante de ser observado quando, durante o – aconselhamento se insiste com a mãe para que amamente o bebê.

Uma prática que ajuda a fazer com que o bebê “pegue” corretamente é a mãe colocar o dedo indicador no queixo do bebê e puxar levemente para baixo, obrigando-o a abrir mais a boca e melhorando a “pega”.

É importante que a “pega” esteja correta para que o bebê consiga extrair a quantidade necessária de leite. Se a extração não for suficiente, pode prejudicar a produção de leite. Orienta- se também que a mãe, ao retirar a criança da mama, não a “puxe”. E, e sim coloque o dedo mindinho no canto da boca da criança para facilitar a retirada sem causar atrito no mamilo

Não se estipula tempo de duração da mamada. Nos primeiros dias após o parto, a orientação mais comum é colocar o bebê um pouco em cada mama para que ele estimule bem as duas e isso ocorra de forma mais regular.

Depois da primeira semana (não há regra definida), é importante que o bebê obtenha o leite posterior, e, para isso, a melhor técnica é ensinar à mãe como fazer o esvaziamento adequado da mama. O bebê deve ficar mais tempo em uma mama e, quando que ele estiver quase satisfeito, a mãe deve promover a troca de mama. Se o bebê não quiser mais mamar, não há problema, pois, na mamada seguinte, a mãe deve oferecer a mama que não foi sugada ou na qual o bebê mamou pouco. A mãe sempre reconhece as alternâncias, porque o peito pouco estimulado estará mais pleno.

Conforme já mencionado, não há regras absolutas para amamentação; existem orientações, mas o profissional deve saber reconhecer as peculiaridades de cada binômio mãe-criança. Essas diferenças têm a ver com o tamanho das mamas, com a produção de leite e com a intensidade com que o bebê suga.

A livre demanda é a técnica mais importante, e o profissional deve passar segurança à mãe de que o bebê deve mamar quando acordar com fome. É importante esclarecer à mãe que o bebê não chora só de fome, mas também porque se assusta com algum barulho, porque está com frio ou com calor. Se os intervalos entre as demandas estiverem em muito curtos, o bebê, provavelmente, não está mamando o leite posterior, que é mais rico em gordura e calorias, e, assim, sente necessidade de mamar de hora em hora. Após a mamada, deve-se lembrar à mãe de colocar o bebê em posição vertical apoiado em seu ombro para que ele arrote. Se, após alguns minutos, a mãe não observar o arroto, ela pode deitá-lo, sem preocupação.

Diante do apresentado pode-se concluir que o aleitamento materno se apresenta como um importante atributo biológico e baseado nesta importância foi desenvolvido o curso online Nutrição da Gestação à Lactação que tem como propósito apresentar quais são as principais alterações biológicas ocorridas nesta fase e quais seriam as condutas nutricionais indicadas.

Adriana Lopes Peixoto – Coordenadora de Marketing e Vendas da A.S.Sistemas

Marceli Almeida Mendonça – Estagiária de Nutrição