Chocolate: Doce Veneno

Chocolate Composition — Image by © Maximilian Stock Ltd/photocuisine/Corbis

Continuando a série de artigos sobre alguns mitos da nutrição, falaremos hoje sobre o chocolate.

“A diferença entre um remédio e um veneno está só na dosagem”. Esse é um ditado muito comum e que pode ser utilizado quando o assunto é chocolate.

Foi inicialmente utilizado como bebida, um tanto amarga, feita da mistura do cacau torrado com água. Onde em meados do século XVIII, os franceses desenvolveram o chocolate com uma consistência sólida, no entanto mais pastosa do que a atual. E foi a partir de 1910 que finalmente a barra de chocolate começou a ser comercializada.

Nutricionalmente falando sabe-se que os seus benefícios do chocolate estão diretamente relacionados a sua composição química, quanto menor a concentração de açúcares, gorduras e maior a quantidade de cacau maiores serão as vantagens do consumo. Melhor dizendo, o único chocolate que apresenta todos os benefícios apontados pelas novas pesquisas é o chocolate meio amargo ou amargo. Isto porque, as propriedades estão no cacau, fruto rico em magnésio, ferro, cromo, manganês, zinco, cobre, ômega 3, feniletilamina (PEA) e serotonina. O cacau contém a maior concentração de antioxidantes que qualquer outro alimento natural do planeta terra. Estes incluem polifenóis antioxidantes, catequinas, e epicatequinas. Em peso, cacau tem mais antioxidantes do que o vinho tinto, mirtilos, açaí, romã, goji e combinados.

Comparativo de flavonoides antioxidantes* Medida pelo índice ORAC (Oxigen Radical Absorbance Capacity).

Nibs de cacau cru…………………………………………621
Chocolate amargo………………….131
Chocolate ao leite……………67
Ameixa seca…………………58
Uva seca…………………..28
Repolho………………….18
Espinafre……………….13
Brócolis…………………8,9
Laranja………………7,5

Fonte: U.S Department of Agriculture e The Journal of the American Chemical Society

Portanto, é importante que tenhamos um cuidado maior com chocolate a base de leite, pois pode conter grande quantidade de ácidos graxos mirístico e láurico, conhecidamente hipercolesterolêmicos, ou seja, interferem na concentração de colesterol sanguíneo. Nos chocolates que contém mais cacau e menos leite como é o caso do amargo e meio amargo, esta relação é reduzida. Todavia, o seu consumo não está totalmente liberado, mesmo apresentando benefícios este deve ser realizado com cautela, levando em consideração o estado nutricional dos indivíduos.

Adriana Lopes Peixoto – Consultora Nutricional da A.S.Sistemas
Marceli Almeida Mendonça – Estagiária de Nutrição da A.S. Sistemas
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